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As intolerâncias alimentares estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia. Entre as já conhecidas e identificadas por pesquisadores está a Doença Celíaca, que é a intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados. Trata-se de uma doença autoimune que, segundo a Celiac Disease Foundation, afeta cerca de uma a cada 100 pessoas no mundo.
Os sinais e sintomas clínicos apresentados pelo paciente celíaco vão muito além do que aqueles relacionados ao trato gastrointestinal. Ou seja, incluem alterações nas condições endócrinas, neurológicas e até odontológicas. Na odontologia, os estudos mostram a relação entre manifestações bucais e doenças gastrointestinais. No caso da Doença Celíaca, os sinais englobam defeitos nos dentes, ressecamento da boca e aftas.
Defeitos no esmalte
Os defeitos são conhecidos como hipoplasia de esmalte. Esta condição torna a distribuição do esmalte simétrica e cronologicamente nas quatro hemiarcadas dentárias. Essas deformidades são chamadas de “tipo-celíaco”, e são classificadas assim:
- Grau 1: defeito na cor do esmalte;
- Grau 2: discreto defeito estrutural com sulcos horizontais típicos;
- Grau 3: defeitos estruturais maiores, com sulcos horizontais profundos e grandes fossas verticais;
- Grau 4: defeito estrutural severo, no qual a forma do dente pode ser modificada.
Boca Seca
A National Foundation for Celiac Awareness aponta que, pelo menos 15% dos celíacos também possuem a síndrome de Sjogren ou da boca seca, outra doença autoimune que atinge as glândulas salivares. Sem produção de saliva suficiente, a boca fica suscetível a outros problemas, inclusive a cárie.
Aftas
As estomatites aftosas, nome científico das aftas, são lesões orais incômodas que se desenvolvem na mucosa, bem como no interior das bochechas ou palato. No celíaco, devido ao ressecamento da boca, essas lesões são mais comuns e podem dificultar a alimentação ou a fala. O National Institutes of Health (NIH) afirma que as aftas afetam, pelo menos, 60% dos celíacos.
Como a doença se comporta no organismo do celíaco?
A Doença Celíaca afeta diretamente o intestino delgado por meio de uma inflamação crônica da mucosa, podendo causar atrofia das vilosidades intestinais e, consequentemente, dificultando a absorção de nutrientes provenientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água. A doença pode se manifestar em qualquer idade e não há formas de preveni-la. A única forma de tratamento é a não ingestão de alimentos com glúten.
Quais são os sinais mais comuns da doença?
Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), os sintomas podem variar de pessoa a pessoa, entretanto, os mais comuns são:
- Diarréia crônica que dura mais do que 30 dias;
- Prisão de ventre;
- Anemia;
- Falta de apetite;
- Vômitos;
- Emagrecimento / obesidade;
- Atraso no crescimento;
- Humor alterado: irritabilidade ou desânimo;
- Distensão abdominal (barriga inchada);
- Dor abdominal;
- Aftas de repetição;
- Osteoporose / osteopenia.
Como diagnosticar a doença celíaca?
O diagnóstico acontece por meio de exames de sangue, como por exemplo, aqueles que utilizam o anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT) e o anticorpo anti-endomísio (AAE). No entanto, é preciso analisar o tecido que reveste a parede do intestino delgado, por meio de um procedimento chamado endoscopia com biópsia, que recolhe amostras.